Minha Crítica ao Quina do Futuro
Todo mundo sabe que a gastronomia brasileira é tomada pelo espírito do absolutismo francês: o rei absoluto se chama Alex Atala. É um homem que tudo pode e tudo faz. Também não vem ao caso o que aconteceu com os absolutistas franceses, mas o fato é que Atala tem influência para mobilizar todo o setor a puxar o saco de um assecla que ele arbitrariamente escolheu.
Todo mundo sabe que a gastronomia brasileira é tomada pelo espírito do absolutismo francês: o rei absoluto se chama Alex Atala. É um homem que tudo pode e tudo faz. Também não vem ao caso o que aconteceu com os absolutistas franceses, mas o fato é que Atala tem influência para mobilizar todo o setor a puxar o saco de um assecla que ele arbitrariamente escolheu.
Recentemente, Atala declarou que um dos melhores sushis do Brasil estava em Recife. Era o Quina do Futuro. O lugar também saiu na Exame - que parece não ter muito apto para examinar comida - em 34o lugar na lista dos 100 melhores do Brasil, que tem como jurados certos influencers que votam mais pelo bolso do que com pelo paladar. Enfim, estava justificada a relevância da crítica.
Francois Simon dizia que sushi é uma fatia de peixe que recai sobre o arroz como um suspiro. Não é comida, é memória. Cada pedaço convida a refletir sobre o silêncio e a simplicidade – uma dança entre mar e mãos humanas. Certamente ele teria um infarto se conhecesse o Quina do futuro. Houve poucos restaurantes em 2024 que me fizeram sair tão estarrecido pela má qualidade. E olha que comi muita coisa ruim no ano.
Pedi uma seleção dos melhores sushis escolhida pelo chef (ressalvando que não como Salmão). Enviaram uma cortesia de entrada: cogumelos com um molho que era simplesmente doce e viscoso a ponto de estrangular qualquer outra sensação no prato. Poderia tranquilamente ser servido em uma festa infantil.
Nos sushis, a promessa era um atum “export”, expressão que ficou na moda recentemente. Deveriam dizer para onde é exportado. Certamente não é para restaurantes importantes do mundo simplesmente porque esse atum é superestimado, fibroso e com pouquíssima gordura. Fora isso a quantidade de “toppings” é tanta que abafam qualquer equilíbrio possível. Molho de pimenta, maçarico, o abominável azeite trufado. Adicionar essa quantidade de coisa só reflete a insegurança do local sobre o que está servindo. O arroz, que deveria ser o foco, é horrível: passado, empapado, blocado e muito doce.
Para ser algum dia aceitável, o Quina do futuro precisa olhar para o passado e se centrar no que é essencial: arroz e peixe.